sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Caminho...




Deixa-me ir...
quero partir
ir
com caminho
ou sem caminho
nos passos encontrar
a razão de caminhar
deixa-me ir
pelo caminho marco
o tempo
nos passos
ora
errantes e perdidos
ora
marcantes e marcados
que se despedaçam
no nada
marco-me
encontro-me
nos passos
enquanto caminho
ainda que o caminho
se acabe...

sábado, 8 de dezembro de 2007

Momento...


Perpétuei na memória
o tempo
aquele tempo
que vai
avança e desliza
como um eco quue fica
no momento
silencioso
do tempo...
Quando o tempo já não existe
e tudo leva
e tudo traz
no momento...

Foto - Desconheço autor

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Saudades...

Hoje acordei assim
cheia de saudade
saudade, saudade
saudade da distância
e da proximidade
saudade de mim
de mim...sim!
Ao tempo que não me encontrava...


Tenho saudades tuas
das vezes que falavamos
e daquelas em que nada dissemos
e das outras em que gastamos as palavras
e sorrimos no final...


Tenho saudades tuas e tuas
tenho saudades...

Foto - Desconheço Autor

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Silêncio feito mar...

Fico aqui
ouvindo o teu silêncio
escutando-o,
tem a mesma doçura
a mesma tranquilidade
do som das tuas palavras
Oiço-o devagar
sem pressa
E deixo que esse silêncio feito mar
me preencha
me invada
enquanto o barco navega...

No alto mar,
o mar torna-se silêncio
e fico
olhando o entardecer
e as ondas que vão e vêm
sem ruído
que me acalmam
e vão recortando
os pedaços do teu silêncio...




terça-feira, 16 de outubro de 2007

Livre...


Voar...
Deslizar por entre a brisa
Perfumar-me de liberdade
E voar
Sem Ter hora para voltar
Vou!
Parto num voo que me leva
E me há-de trazer
E se não trouxer
Ficarei entregue a ele
Sobrevoando o meu mar
E preenchendo-me por ele
Enquanto
Vou voando
deslizando
Por entre os meus pensamentos
Furtando o tempo
Resgatando a liberdade
Num voo
Intemporal
Que vai e vem
Sem hora....

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Na noite...



Fico contigo na noite,
enquanto vais chorando
as tuas dores,
deixas cair as tuas lágrimas
e ficamos a ver o lago.
O lago com os cisnes,
que perdeu a beleza
e tudo perdeu a côr,
fico contigo
enquanto choras.
Deixo que pintes
o mundo a preto e branco,
deixo, deixo...
Porque será só hoje
amanhã
tudo voltará a brilhar,
o lago ficará colorido
as lágrimas secarão,
e pintaremos o mundo
com as cores do amor
e da verdade.
Pego na tua mão
e acredito,
que amanhã
será diferente...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O pôr do Sol...




Hoje fiquei vendo o pôr do sol
de um sol
que nem chegou a nascer
mas de um sol que sinto em mim
quente
dourado
perdido
e sempre encontrado,
como o outono
que se descreve,
que se insinua
nas folhas
que voam ao vento
e com elas deixo-me ir
embalada pela brisa
que vem do mar
E no pôr do sol
páro a chuva
e esvoaço
até que o sol
vá dormir...
 
 
Foto -  António Soares

domingo, 23 de setembro de 2007

Quero!

Quero
Chorar a dor que sinto
Que o meu pranto se misture
Com o meu mar
para que parta como as ondas
Que as fragas estremeçam
Com o meu soluço
Deixa-me chorar
Até que não tenha mais lágrimas
Quero esvaziar-me de tudo

Ampara as minhas lágrimas
Porque o meu coração
Já não o encontrarás
Partiu-se
E partiu em busca
De paz...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Desenhei o silêncio...


Escuta o silêncio
Que desenhei
Para ti

Acalmei o mar
Para te embalar
a brisa para te beijar
E o sol para iluminar
Num sussurro intemporal

Rasguei o tempo
Em silêncio
Para que o silêncio
Se faça
Para escutares
A melodia
Ininterrupta
Que povoa este silêncio
Que desenhei para ti!

sábado, 15 de setembro de 2007

Simplemente água...

Quero escrever o teu nome na água
quero que ele fique gravado
na água que irá para onde tiver que ir
nada a deterá
e existirá para todo o sempre
gravado pelo meu punho

Caminhará por rios
cruzará oceanos
evaporará e retornará
a ser água
simplemente água
umas vezes fim
e outras princípio
e continuará a existir
um dia,
todos os dias
marcando o dia
em que um dia
eu escrevi
simplemente na água.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Na noite...



Sinto estilhaçar os meus pensamentos
No grito gélido que fere o silêncio
Pego neles
Escondo-os entre os meus dedos
Não quero que o mundo os veja
Nem eu os quero ver
Mas...
Sinto-os escaparem-se
Deslizarem
Como se quisessem ganhar forma
E faz-se luz
Uma luz que fere
Que gela
Que magoa...
Mas ainda assim...
Luz...
Que ilumina
A noite gelada dos meus pensamentos...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O teu silêncio...

Quero ser o teu silêncio
na quietude da tua mágoa
quero abraçar essa dor
que é tua,
do teu silêncio
e agora minha
porque eu
quero ser o teu silêncio
deixa-me chorar contigo
deixa que todo o tempo
se consuma no tempo
e que toda a mágoa
se transforme em luz
e eu
serei o teu silêncio
que fica para além das palavras
quando as palavras
se gastaram
se perpetuaram
na memória
que fica
que resta
quando a flor
ao entardecer
solta uma lágrima
que ninguém vê
e a terra ampara...

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Aprisionada...

Sei...
que o que me prende
Me libertará
Passos errantes
De um estado
Aprisionado
pelas cordas da loucura


Quando o mundo gira
E eu fico quieta
Prisioneira
De mim
Esperando
Na quietude
No silêncio que escorre
Que se propaga
Nas planícies invisíveis
Que se desprendem


Enquanto
o mundo avança
Sem mim

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

O Tempo...



Reinventei o tempo
Desenho-o
No atelier da minha alma
Esse tempo perdurará
Ainda que o tempo se acabe
E não haja mais tempo
Ficará
Como uma obra prima


O tempo
Que quero parado, quieto
Deixando-se moldar,
Corto os ponteiros do relógio
Para que siga quieto, parado
Enquanto eu vou desenhando o tempo


O tempo de mergulhar em mim
Para ouvir as palavras
Que continuam vivas
Que transbordam do tempo
Quando o tempo já não existe
E vou desenhando o tempo
Povoado de um som único
E inalterável
Que se esbate, que se aperfeiçoa
Á medida que o tempo é desenhado
E enche o atelier da minha alma
Quando me envolve nessa grandeza de ser
Tempo...
Que foi,
Que fica
E que perdura.

Fotos - retiradas da net (montagem)

domingo, 2 de setembro de 2007

Fui indicada



É com enorme prazer que comunico a todos vós que um poema deste blog - No Dia em que eu partir ... - foi juntamente com outros 29 poemas, indicado como "concorrente inaugural" ao PRÉMIO CANETA DE OURO - POESIA IN BLOG 2007 - 1ª Edição


Coube-me fazer cinco escolhas, o que não foi nada fácil...e as minhas escolhas são:
- Recanto da Alma - Laços e pedaços
- Fundamentalidades - A justificação mais fácil de dar...porque sim!
- Nimby Polis - Amar é ... - 28.06.2007
- Netmito - Mar Ardente
- o meu cantinho... poético - A estrela

Fui indicada para o - PRÉMIO CANETA DE OURO - POESIAS IN BLOG 2007 - , idealizado por André L.Soares e Rita Costa.

Para conhecer as regras deste evento, clika AQUI.


Participa e divulga!

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Saudades...

Na distância
vislumbro as muralhas da saudade
e passeio-me entre as esfinges
do pensamento,
quando o grito mudo, parado
corta a barreira do som
e as palavras desfazem-se,
perdem-se, esvaziam-se
deixam de ser para existir
quando as encontro
no silêncio feito calma
na candura
do teu olhar...

Foto - Brites dos Santos

sábado, 25 de agosto de 2007

Chove...


Deixa que eu sinta
o odor da noite
da terra molhada
que me invade




Por detrás da janela
fico olhando a chuva que cai
descompassadamente
e vejo o mar
que se envolve com a chuva




Estou só
fecho os olhos
para que sinta tudo
com mais intensidade




E chove
chove lá fora
e chove na minha alma
não páres a chuva...
não sossegues o mar
mas seca as minhas lágrimas!

Foto - Desconheço autor




quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Onde?

Esfarrapei a minha alma
enquanto me entendia
me procurava ...

 
Pedaços, pedaços
e mais pedaços de mim
cairam por terra


procurei-os
na terra,
e no mar...


sem nunca os encontrar
desfizeram-se,
envolveram-se na terra,
voaram,
encolveram-se nas águas
do meu mar

 
E eu ...
remexi a terra
cortei o ar
lapidei a água
procurei
por toda a parte
sem nunca os encontrar


Pedaços que faltam
na minha alma
partes constantes
de mim
mas sem mim...

Foto - Shark

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Toco para ti...

Hoje toco para ti
esta partitura
que nunca ouviste
firo as notas
que misturo
com os meus
sentimentos
e toco
para ti
Nesta noite
de solidão
fico a tocar...
o mar esta presente
para ouvir
E tu...
continuarás
a ouvir
ignorando
o espaço
o tempo
e o momento!

sábado, 18 de agosto de 2007

Hoje, só hoje...

Hoje quero estar em mim
e para mim
na linha ténue
de um desejo
ergo-me
e agito-me
grito e
calo o mundo
Quero ouvir-me
páro o sol
e vejo a noite
que hoje
e só hoje
é minha...
Fico no fundo de mim
flutuando
no momento quieto
em que um férmito
me invade
e sinto o estilhaçar
de um desejo
longiquo
e oiço
parada
silenciada
as vozes que se calam
para ouvir
a tua voz...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Com as estrelas...

O sol foi deitar-se
e deixou-me
este manto prateado
para mim
para eu ficar
contemplando
até á exaustão


Aqui estou só
com estas estrelas
que alumiam a minha noite
e eu fico deitada
na terra perdendo-me
nos caminhos das estrelas
que brilham
para mim
neste mundo existo
apenas eu
e as estrelas


Por isso posso desfruta-las
inteiramente
sem ter que guardar
alguma para alguém...
Mas...
antes de fechar os olhos reparo
que numa delas
está escrito
o teu nome...

domingo, 5 de agosto de 2007

Àgua...


Quero beber essa água
quero que ela me leve
e me traga
quero ir
onde ela for


Fico quieta ouvindo a água
o som forte
agita o meu ser
parto com a água
num frenesim
estonteante
que não entendo
mas quero ir
e quando volto
volto com a água
pura e cristalina
que me refresca a alma
e eu sinto-me água também...

Foto - Vasco Cabral

terça-feira, 31 de julho de 2007

Escultura inacabada...

Pego no cinzel,
tento esculpir a pedra
mas, não consigo.
Antes que eu desista
pegas nas minhas mãos
pacientemente
E eu deixo-me guiar.
Sinto o teu calor
E os traços das tuas mãos.
E vamos esculpindo
a pedra,
devagarinho.
Segredas-me que levará
muito tempo,
mas temos todo o tempo
para que eu aprenda de ti.
Às vezes paras
para depois avançar
com mais força
mais firmeza
e no meio de um sorriso
dizes-me
que vou aprender,
mas não vamos terminar,
será um tesouro
que vamos esculpir
de mãos nas mãos
mas,...
será sempre a nossa
escultura inacabada...

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Simplicidade...



Sê simples a vida inteira
Para mim,
para ti...
Eu sou simples como
a agua do mar,
Como a areia que pisas.

É assim que te amo
não preciso de luzes
para te ver,
nem de fumos
para te confundir...


Amo-te no silêncio
da tua simplicidade
que juntas á minha,
e assim vamos lapidando
O mais belo diamante,
que guardamos para nós,
num recanto escondido
que ninguém vê,
e que só nós sentimos.
É teu
e é meu...

sábado, 28 de julho de 2007

As tuas palavras...

Fiquei quieta parada
o meu coração saltou
calas-te para mim as palavras
e o mundo encheu-se de uma cor
que ainda não conhecia...

As tuas palavras
chegaram
eu esperava-as...
sim e não

Um misto enorme de alegria
envolvido em mim
mas para além de mim
num espaço que não podia tocar-lhe
num espaço
que me elevava
e eu deixei desprender-me
voei
fui junto com as tuas palavras
viajei com elas
e regressei...
continuo a ouvi-las
sem lhes poder tocar
são tuas
mas agora são minhas...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Gotas de encantamento...

Quero ficar a ver
As flores a crescer
E a chuva a cair
Na saudade
De um dia
De muitos dias
Misturo tudo
Nas vertentes
Escarpadas
Do meu pensamento
Saio errante
De mim
No tempo
Quando o tempo
Se perdeu
E eu o vi nascer
Em gotas
de encantamento...
Que se perdem
Que insistem em se perder...
E que eu
teimosamente
Procuro...
Procuro...

sábado, 14 de julho de 2007

Quando eu partir...

Quando eu partir
não chores
não poderei limpar-te
as lágrimas...
e o som produzido por elas
não será a música
que quero ouvir
toca uma balada
para mim
ficarei a escuta-la,
a escuta-la...

Não me ofereças flores
não poderei sentir o seu perfume
nem te vistas de negro
escolhe o branco
para me tranquilizares
faz tudo o que te peço
e por favor
não me lances á terra
lança-me ao mar
porque aí quero renascer...

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Não resisti...

Hoje fico em pico de pés
Tentando mostrar-me e
Esconder-me
Sou uma gatinha
Pequenina
Ai ai
Se vem o leão...

Mas enquanto ele dorme
Sou eu que mando
na floresta
Trepo as árvores
E lanço o meu grito

E todos me obedecem
Fico muito grande
Naquela árvore
Depois...
Ponho as pérolas
Quem vai
resistir-me
e...
miau...
mas...
Só enquanto o
Leão não vem...
-*-*-
Este post vem no seguimento do anterior

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Selvagem...

Hoje sou...selvagem
Tenho em mim a força do mar
O calor do sol
E a impetuosidade do vento

As feras
Tremerão a meus pés
O meu grito
Assustará o mundo
A lua
E as estrelas
virão
Pé ante pé
Perguntar-me
se podem brilhar

E eu sorrio...
Do fundo de mim
Porque hoje...
Sou selvagem!


segunda-feira, 9 de julho de 2007

Onde...Onde...


Esconderam-me os sonhos
Procuro-os por todo o lado
Sem nunca os encontrar

Chamo-os de noite
Num sussurro
Mas eles não voltam

Subo á mais alta fraga
E grito por eles ao mundo
Mas o mundo não me ouve

Sento-me na praia
Espero-os
Envoltos nas ondas
Mas não chegam

Quem levou os meus sonhos
E quem me os devolverá?


domingo, 8 de julho de 2007

As minhas 7 maravilhas pessoais...

Lançaram-me o desafio.Enumerar as minhas sete maravilhas...
As maravilhas são muitas... Depois de muito procurar cheguei então a uma conclusão...
Aqui ficam as minha sete maravilhas:


Maravilha 1
O Mar
imenso amor que
me chama,
que me quer
que me tem
onde
não encontro
princípio
nem fim...
Maravilha 2
A Chuva
que me rega
que me lava
chuva
na vidraça
chuva
na minha alma
chuva
miudinha
que cais em gotas
de saudade
no meu pensamento
Maravilha 3
O silêncio
Momento meu
espaço etéreo
que procuro
no desdobrar
do meu eu
que não é meu
e que se completa
no silêncio...
Maravilha 4
O Olhar
Olhos que tudo revelam
olhos que falam
e que não calam
olhos verdadeiros
num curto momento
de um olhar!
Maravilha 5
As Mãos
Mãos que falam
nos gestos do amor
mãos que unem
mãos que amam
mãos verdadeiras!
Maravilha 6
O Coração
Coração que se ouve
que fala sem palavras
que sente
a dor
a alegria
mas que ama sempre!
Maravilha 7
A Música
Que fico ouvindo
a música que compõem
para mim
numa imensa balada
chamada vida!
.-.-.-
passo agora o desafio a:

Pega nas nuvens para mim
pega nelas uma e outra vez
separa-as
entre elas escorrerá a luz
para eu ver
para tu veres
deixa-me ver novamente
uma, duas,
muitas vezes...
quero ver
quero sentir essa luz
que chega
aniquilando as minhas
inquietações
sou eu
mas já não sou
eu
nem
tu
nem as nuvens
será a luz
que fica
que perdura
naquele breve momento
naquele intervalo etéreo
que perdura
que faz silêncio
quando a luz escorre
os olhares calam
mudos o silêncio
dos corpos que levitam
banhados pela luz que escorre
por entre o momento
silencioso
do silêncio que se ilumina!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Mendiga...

Sou mendiga de mim
E vagueio, vagueio
Até ao fundo
De mim..
Às vezes mergulho no mar
E mendigo-lhe
A água
Que não posso beber…

E vagueio,
vagueio
Nas bermas
da minha vida
Durmo no chão
Do meu pensamento
E acordo no alto
da minha alma
E vagueio
E mendigo...

Vagueio
á procura de mim
E perco-me e encontro-me em mim

terça-feira, 3 de julho de 2007

Para ti!


Senta-te!
Hoje sou eu
que vou tocar para ti
Abro a janela
Para que o mar oiça...

Sento-me ao piano
E começo a desferir
As notas,
Enquanto
As tuas partituras
vão voando pela janela...

Não preciso delas
Fui aprendendo
As baladas
Que compões com a tua vida
Só de as ouvir
De te as ver tocar...

O mar sossegou o seu ímpeto
Para ouvir as tuas baladas
Que eu ia tocando para ti...

Sem saber
Sem me aperceber...
A música escoava
E veio a lua e as estrelas
Para ouvir...

Quando terminei
Aplaudiste
E no fundo do teu sorriso
Uma lágrima descia...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Digo Não!



Querias lançar-me
no meu delírio interior,
querias que a noite viesse
antes de acabar o dia,
mas, eu digo... Não!!!


Repara...
Olha com atenção,
rasgo, destruo
com toda a minha raiva
e violência
as tuas palavras,
que me querem ferir,
magoar
Não!
Não vou deixar,
vou lança-las de
Um precipício...
E fico vendo o mar
que as engole,
que as aniquila
e isso dá-me prazer...


Porque
eu sou eu
e não a imagem
que esculpiste.
O protótipo
Que criaste
nos teus laboratórios.
Eu sou eu,
E não abro mão disso
Nunca!!!
por isso,
DIGO NÃO...

Foto - Desconheço autor

domingo, 1 de julho de 2007

Quero dançar!


Cá dentro sinto desenhar-se
uma melodia ininterrupta
num compasso que avança
que vai marcando o ritmo


Quero dançar!
Lá fora o mar dançaria comigo
se eu quisesse...
dançaria descalça




Mas hoje
apanhei o meu cabelo
pus um vestido
feito de conchas do mar
e rodopio sobre mim


Hoje quero outros braços
para dançar
e outro coração
que sinta comigo
hoje...
quem quererá
comigo dançar?

sábado, 30 de junho de 2007

Hoje...eu sou...


Hoje, eu sou
o mar revolto,
o mar que
quer beijar
a areia,
no beijo fujidio
e furtivo
da loucura,
de partir
antes de chegar.


Quero inundar,
avassalar tudo
ao meu redor.


Na onda
que me envolve,
quero rasgar o mar,
no estilharçar do momento,
hoje,
eu sou
o mar...

Foto - António Soares

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Pedaços

Recordo as vezes que fui
Para não ficar
Rasgo-me e dobro-me
Em mil pedaços,
Dos pedaços que fui
E dos que nunca chegarei
A ser...
São pedaços perdidos
E nunca encontrados
doridos
Na dor profunda que se crava
Na pele
Quando o sol deixou de brilhar
E a noite fez-se escura
Permaneceu escura...
E eu acordei e adormeci
Nos braços frios da noite
Que um dia amanheceu...

terça-feira, 26 de junho de 2007

Encontrar-me

Perco-me no mundo
Para a seguir me encontrar
Voltar
A ser
Emergir de mim própria
Quedo-me no silêncio,
Perco a noção do tempo
Que fiz e desfiz
Como um tapete
Que vou tecendo
Com as cores
Do meu ser
Um dia azul
Outro negro carregado
E faço e desfaço
Um dia coloco pérolas
No outro destroços
Perco e encontro-me
Esvazio e encho-me
De mim,
De mim...
Porque tudo começa
E se prolonga no dedilhar
Silencioso
Da penumbra de nós
Quando caí o véu
E vemos claramente
Onde estamos,
quem somos
E porquê...

sexta-feira, 1 de junho de 2007

O vento...



Hoje acordei
Com o vento
Ouvia-o deslizar
Como um murmúrio
Confundido-se
Com o estilhaçar das ondas,

Por isso caminhei...
Mas hoje não iria
Para o mar
Hoje
Queria
Saborear o vento
Queria senti-lo,
Queria ouvir
A balada do vento
No pinhal...
No deslizar das agulhas
Dos pinheiros
Fiquei…

O sol amanheceu
Ficou a pique
Entardeceu
E eu deixe-me ficar,
Ouvindo hoje
A balada no pinhal!

terça-feira, 29 de maio de 2007

O Mar é só meu!


È noite,
Deixo o meu alpendre
E caminho descalça na areia
Está frio...
O vento movimento as areias
Mas eu caminho,
Tenho sede do meu mar...

Hoje o mar é só meu,
E mergulho nele
Quero tê-lo
Por isso escolho a noite
Quando o silêncio
Escorre por cada filamento
Da sua água
Por cada partícula de areia
Ali está o meu mar
Só para mim...

Na areia escavo os seus segredos
Que não encontro
Por isso deixo-lhe os meus
Para ele guardar, levar
E trazer...

E porque estou só com o mar
Ele é meu...
O vento,
a lua,
e a noite
não o podem possuir
nem eu...
mas hoje o MAR é só meu!

domingo, 20 de maio de 2007

Sou eu....


Tens o Dom de me tirar do sério
Foi assim a vida inteira,
E vais continuar...
Um dia...outro dia
Planeias a minha vida
Como se ela fosse tua,
Pois ela nem minha é,
Planeias os meus passos,
Mas os meus passos levaram-me
Sempre a sítios
onde tu não sabes caminhar
não queiras comprar a minha vida
devias saber que não tem preço
muito menos o meu coração
Podes pôr-me a chorar,
Nisso és realmente artista,
Foi assim desde que me conheço,
Mas...

Quero que saibas,
Que não conseguirás algemar-me,
Mesmo em lágrimas
Continuarei a voar,
Como a gaivota
Que só conhece o ar e o mar!
E ao fim do dia descansarei na fraga,
Não tenho nada, nem ninguém
mas sou eu!

domingo, 6 de maio de 2007

Porque hoje é dia da mãe...




Para a minha mãe deixo todo o meu amor...






Para vós...deixo o meu carinho e uma rosa...




segunda-feira, 30 de abril de 2007

Encontrarei...

No mar encontrarei
sempre
tudo aquilo que busco
nos outros
e não encontro,
o mar secará sempre as minhas lágrimas
calará as minhas angustias
consolara-me,
quando mais ninguém
tiver um ombro para eu chorar,
se quiser chorar,
o mar será todo ouvidos
para eu falar,
falar até gastar as palavras,
se eu quiser falar,
e ficará em silêncio
para mim,
se eu perder as palavras...


Será também a festa
que para mim faz,
quando estou feliz
quando sorrio
sem razão,
ele estende os braços
para mim,
dança e canta comigo
até ao amanhecer!


No mar me perco
e no mar me encontro,
refugio de todas as horas!

Foto - António M.Jorge

domingo, 15 de abril de 2007

Levo as rosas...



Hoje quero esconder os meus olhos
do mundo
não quero ve-lo,
e muito menos que ele me veja,
o coração sangra,
as lágrimas escorrem,
ainda oiço as tuas palavras,
repetidas no meu ouvido,
ferindo-me,
mas, continuo
a lutar,
e amanhã passará,
e vou guardando
nas mãos
as rosas...
serão elas a única lembrança
do mundo,
e ficarei assim
até que o mundo desista
de prepassar os meus
passos
de colocar pedras nas minhas
mãos
só quero as rosas,
e se morrer
quero levá-las comigo...

terça-feira, 10 de abril de 2007

Voltei!


Foram dias de simplicidade,
De alegria,
De esquecer-me do mundo,
De fazer da terra a minha
Companhia
E dos campos, o jardim
Da minha vida...

Foram dias de paz,
De aconchego da mãe natureza,
Dias lindos,
Que guardo em mim,
Mas voltei...
Dei um abraço ao campo,
E ofereci-lhe uma lágrima,
Uma saudade anunciada...

Do outro lado da vida,
De braços abertos,
Me esperava ...o mar

O meu mar...
O companheiro de tantas viagens,
O amigo de todas as horas,
A mais bela balada,
Que alguma vez ouvi!

quinta-feira, 29 de março de 2007

E vou ficando...

Queria ficar aqui,
hoje e amanhã,
e mais um dia e outro,
ter como espelho o riacho,
esquecer os sapatos
em casa
e passear por entre as ervas
que amanhecem
a primavera!

Ao longe oiço os animais
que se alimentam destes prados,
e os seus guardadores,
contam-me histórias,
e eu fico quieta a ouvi-los,
não têm nada e têm tudo,
pois guardam lá dentro
o segredo do amor!
Falam-me do sol,
da chuva, das neves e da
vida, que gira
em volta do nada...
Aqui, neste mundo,
não há nada,
mas existe tudo!

segunda-feira, 26 de março de 2007

Estou longe...



E adormeço

o sol ainda brilha

mas eu adormeço

cansada, mas feliz,

sujei os pés na terra

molhei-os no riacho,

deixei-me invadir

pela natureza,

pelo grito silencioso

das aves

que mergulham em mim

e de mim,

me levam para outros voos,

hoje não tenho o mar,

para me embalar,

mas tenho o silêncio

de uma natureza

que se assossega,

ao cair da noite,

e deixa em mim os rastos

de uma calma

que me é estranha,

mas que agora é minha!

sábado, 17 de março de 2007

Medo?


Não tenho medo...
olho-te,
olhos nos olhos
e nunca te vi...
Sei que
Não existes,
Lá fora
Só podes existir dentro
De mim,
Mas eu não te quero,
Não te tenho...


Medo,
Não conheço o teu rosto
Nunca ouvi a tua voz
E nunca te deixarei
Resgatar-me para ti
Porque eu
Sou mais forte
Que tu
Por isso
Não tenho medo,
Desafio-te nas fileiras
Tenebrosas
Em que me persegues,
Sem que eu te veja...
Mas não!
Nunca me encontrarás,
Não cairei
Nas tuas armadilhas,
Porque eu
não te quero!

Foto - Desconheço Autor