quinta-feira, 29 de julho de 2010

Liberdade...


Entre o nascer
e o pôr do sol,
e ainda à noitinha
haverá sempre uma 
luz,
grito calado
mas não mudo
da liberdade
que me guia,
que me faz ir além
com a força 
e a coragem
de uma luta serena
em mim,
apaziguada
pela liberdade 
da certeza
de ser livre...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Não sou daqui...




Recuso-me a ser 
deste mundo,
de aparências,
mentiras,
interesses...
não sou daqui...


Passeio-me
por entre os muros
da hipocrisia
mas não me deixo
corromper...
porque eu...
Não sou daqui...


Dentro de mim,
há planícies
de paz e sossego
de calma e tranquilidade,
de simplicidade,
de risos
que fazem música ,
de inocência
sempre pura,
e sempre nova...







sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eu, já não sou eu...


Junto os pedaços do meu rosto
e
eu já não sou eu
procuro em vão 
a imagem perdida
desgastada pelo tempo...


Hoje,
apenas resta
um pouco do que fui
na parte visível de mim,
mil cicatrizes 
entreabertas 
no espaço longo 
da memória
dorida, sofrida,
que passa e não passa...


Mas,
intacta, 
como no primeiro dia
permanece a minh'alma
povoada de cascatas,
de sons de harpa,
de risos de crianças,
de pureza 
por descobrir...



Descalça...


Caminho descalça,
sempre descalça
passeio-me pela vida
como se a vida 
não fosse minha...


Sem pretensões,
ou ilusões,
sei o que piso
e o que não quero pisar
mas tudo ao meu redor
hei-de senti-lo
naquele lugar escondido
naquela morada
onde ninguém pode 
deitar um olhar
porque no mais profundo 
de mim
ninguém entra,
a porta está fechada
e eu perdi a chave...

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Silêncio...

É preciso que o silêncio
se faça...
Acalma-te
serena-te
Apazigua-te
agora senta-te
e fecha os olhos
devagar
como se o mundo
fosse acabar
e não houvesse
mais mundo...
Só tu
tu... e  o silêncio
o silêncio e tu...
consegues ouvi-lo?
Consegues
que ele te preencha?
Então..escuta,
escuta o som do silêncio
que vai deambulando
que vai marcando o ritmo
da melodia silenciosa
que te preencha e te acalma
ao som inigualável do silêncio...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sem mágoas


Estreito entre as minhas mãos
bem junto ao meu coração
a flor
retiro-lhe as mágoas,
todas,
uma por uma
para que não reste 
nenhuma...
E a flor sorrirá
porque guardará em si
o perfume
a alegria
e a saudade
de um dia...
Estreito-a fortemente
junto ao meu coração
para que ele também sinta
a beleza da flor
sem mágoas...



sexta-feira, 9 de julho de 2010

Janela do meu sentir...


Deixo-me estar
à janela do meu sentir
que está sempre aberta...
assim posso melhor 
ver e sentir
tudo o que passa la fora
e cá dentro...


E vós 
podeis também entrar por ela
sem pressa
sem hora
como no silêncio da noite
onde tudo é
serenidade
calma
tranquilidade,
num mundo aparte
que é meu 
e para mim...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Pinto-me...


Sou de todas as cores,
daquelas que passam 
pelo meu coração
pelo meu sentir
pelo meu ser...

Pinto-me de todas as cores
que sobre o azul
prateiam o meu sentir,
delimitam
o meu querer
e me trazem de volta
nas cores 
do querer
do ser
e do sentir...


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sou eu...



Agora sou eu que imponho
o ritmo
e não tu
Danço descalça
porque 
sou eu que domino
Sou eu que mando
nesta dança...

A música silenciosa
vai marcando o compasso
e eu danço,
cabe-me a mim decidir
cada passo
cada ritmo
cada movimento
exterior 
ou interior
sou dona de mim
e dos meus passos...

terça-feira, 29 de junho de 2010

o mundo...


O mundo gira
e eu não paro
o mundo avança e eu vou
o mundo é silêncio
e eu de silencio me visto...

O mundo grita
e eu choro em surdina
querendo o silêncio de volta

O mundo equilibra-se
e eu desequilibro-me
em mim
para acompanhar 
o mundo...

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Na noite...

Era noite...
porque é na noite
que tudo se cala,
é na noite
que me oiço
em surdina
sem tempo medido
sem tempo esperado
na noite tudo se cala
brilham as estrelas
que iluminam os pensamentos
e reflectem os sentimentos
é na noite que paro
que fico quieta,
prostrada por terra
sentindo
o cheiro das estrelas
e escutando
 o som do silêncio...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Chove...

Chove...
Chove como nunca choveu antes,
chove deliciosamente...
uma chuva quente, suave
apaziguadora,
deslumbrante
que me leva...


Chove em mim,
chove no mais profundo de mim
e eu sorrio
e deixo-me molhar
sem pressa
sem medo
e chove...

terça-feira, 22 de junho de 2010

A harpa...



Ensinaste-me a tocar harpa
e eu aprendi,
disseste-me
que bastava deixar 
a harpa embalar
os meus sentimentos...

Que fechasse 
os olhos
e me deixasse ir...

A harpa
guiaria-me
por caminhos desconhecidos
em mim...

Deixei os meus dedos 
flutuarem
os meus sentimentos
fluírem
e
escutei a melodia
dos sentimentos
que pairavam em mim...






sábado, 19 de junho de 2010

Só...

Não me sinto só
mas quero estar só,
só,
de mim para mim
sem um rasto 
de som por perto
que perturbe 
o deambular secreto 
da minha alma...
que se entrelaça no silêncio,
e do silencio
faz o som que quero ouvir
que quero escutar 
quando estou só
mas não sozinha...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Menina dos sonhos de água...



Eu...
Menina dos sonhos de água


pequenina aventureira,
que quero colorir 
o mundo
nos traços cinzentos
das manhãs chuvosas,
dos desencantos,
das gotas de chuva,
que insistem em cair
uma depois da outra,
e outra, e ainda outra
e não se cansam
de pintar a cinza
a paisagem que vejo 
debaixo do meu chapéu rosa...

E eu... 
menina dos sonhos de água
insisto em colori-la...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Vida...


Quantos caminhos gelados,
caminhos vazios,
onde a vida 
morre lentamente
sem tempo
sem vida
na vida que se desprende
e ainda assim
permanece a esperança
na vida sufocada
escondida
nos lamentos gélidos
dos percursos nocturnos
até que chegue o dia...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Na natureza...

Bela
a natureza
e eu perdida...


Na natureza
que me liberta
que me leva
para além do horizonte...
Entrego-me
sem reservas
a toda esta beleza
que alguem desenhou
para mim
e não me canso
de me perder
sem querer
jamais encontrar-me...
E...sozinha
encho-me da vida
dos odores frescos
do deambular dos pardais
e deixo-me ir...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Azul...

Respiro
e sinto o perfume azul
dos sonhos,
das marés
que vão e vêm,
e que ora levam
ora trazem
os sonhos azuis
das manhãs
de orvalho azul
de céu azul
mar azul
inocência azul
prateada
a azul
e...
respiro o azul
que me preenche
de paz
que me inunda de liberdade
e ao longe
o horizonte azul
que me convida a avançar...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Reflexos...

Rodopio
e as cores
rodopiam comigo
nesta dança
sem fim
procuro-me
e não me encontro
perco-me
e deslumbro-me
nas cores...
e danço
no ocaso
quando os reflexos
a dourado e azul
serpenteiam
as águas calmas
e serenas
da minha inquietude...

Escondes-te...


Escondes-te
entre as nuvens
mas continuas forte
e sereno
beijando-me o rosto
que se apazigua
que quer serenar
as emoções perdidas
achadas
e nunca encontradas
em mim
em ti
e eu vou caminhando
sob o sol
que se esconde
deixando sulcados
os meus passos
ora firmes
ora incertos
na certeza de caminhar...


Cristais...




Escondo-te nos sonhos
e trespasso-te nas manhãs
ilusão sem dia
sem hora
ou segundo
medido no tempo
espuma cristalina que se desfaz
ante os meus olhos
cristais de todas as cores
que flutuam ao meu redor
que desaparecem
perdidos no nada
vácuo aberto
na memória sem fim
dos cristais prateados
da ternura de criança...


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Passo...


Passo
e as paredes curvam-se
passo
e procuro a saída
de um caminho
que me assusta
mas,
passo
e as paredes
não caem...
e o labirinto não me tolhe
e eu passo
não olho para trás
na manha azul
da noite
prateada
vai-se o medo
e as paredes
permanecem
curvadas
mas firmes
e eu...
passo...
para o outro lado


sábado, 5 de junho de 2010

Não te oiço...

Bates à porta e não te oiço
ou finjo não ouvir
bates à porta
e eu mascaro o som.

A porta envelhecida pelo tempo
nos cantos amargos
dos Invernos passados.

E voltas
uma
e outra vez
e eu não te oiço
e a porta
continua fechada...

Esperando
a vida
a morte
ou o que houver
de por ela passar

Dança...


Desassossego em mim
Os ritmos desta dança
Perpetuo-os na pele
e procuro-os em mim
mas fora de mim
onde o ritmo balança
a constância da minha alma
que se perdeu
no ritmo da dança
e ensaio um passo
e outro passo
com o olhar seguro
que gravo em mim
e em ti...

Deixa-me ir atrás...


Deixa-me ir atrás
Nesse ritmo vagaroso
Que me inebria
Nessas passadas
Sem tempo
Que me angustiam
E me levam
Quando me trazem
Deixa-me ir atrás
Deixa-me mudar o ritmo
Dos meus passos
Passos parados
Passos que morrem
No intervalo
Dos sentimentos
Deixa-me ir atrás
Nas tuas passadas
No tempo
Sem tempo
Que o tempo
Há-de levar
Ao tempo…