quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Passos lentos...


Passos lentos
De uma dança
Que fico dançando
No deambular sereno
Da minha inquietude
turbilhão que me invade
E danço
Sei que virás
Resgatar o meu temor
E deixo a fogueira arder
Arder até se gastar
Sem pressa
Enquanto marco
A passos lentos
O ritmo inquietante
De ser
De estar
Ausência que se anuncia
Presença que se sente
E fico
Entregue aos passos
De uma dança
Descalça na areia molhada
Quando o sol se foi
e a noite beijou o mar…

Foto - Desconheço Autor

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Sublime...




Fiquei parada
naquele silêncio
Inundado de palavras
Que pouco a pouco ia
Trespassando a minha alma
E escavando o meu coração
Criando novos recônditos,
E o meu ser dividia-se de mim
Estilhava-se para fora
Subdivida-se para dentro...


Eu...reduzi-me
A mil pedaços
de alma e coração
Entregues
Ao nobre Momento
Que me sublimava
e me fazia perder de mim
depurando cada emoção
cada filamento de mim própria...
... equilibrava-me
naquela leveza de sentir...


Depois desci....
Juntei tudo,
Guardei
Arrumei...
Tinha recebido um tesouro...
Nada me pertencia
E tudo era meu...


Foto - Desconheço Autor




quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Para ti...



Era verão
E o sussurrar das ondas
Confundia-se
Com o sussurrar do teu sorriso,
Das tuas palavras,
Que falavam de adeus,
De um adeus,
Que seria sempre
Um até já
Um até sempre...


Guardei aquele momento
Em mim,
Gravei-o
no mais profundo do meu sentir
Igualei-o ao cenário
Que era lindo,
E as palavras verdadeiras
Transfiguraram-se
Naquele sentimento único,
imenso
E verdadeiro,
Que nem o mar
Conseguiu absorver
Nem o vento levar,
Nem o tempo esfumar
E ficou...ficou
...em mim...para ti...


Foto - Fátima

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

E...Renova-me...

No laço ininterrupto do silêncio
Que se firma
Que se desvela
No ocaso
Fico sozinha
Flutuando em mim
Deixando-me colorir
Pelos traços dourados
De um crepúsculo
Que adormece o sol
E me desperta...

Para buscar em mim
As cores silenciosas
Que inundam a noite
E todo o meu ser
Descansa num frenesim
Feito silencio...
Silêncio de silêncios
Que gravam em mim
Que vagueiam em mim
E aí permanecem...
Até que o novo sol nasça,
Como antes,
Mas sempre novo
Renovado e silencioso....