quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Outono...



Outono prateado
das memórias inolvidáveis,
Que se perpetuam
No eu que vagueia
Nos coloridos
do Outono.

Beleza inesperada
que aparece,
nas cores,
nos tapetes prateados,
no inverno que espreita
e fica gravada
nos fios que se desprendem
de mim,
Nos sentires
ininterruptos
de um tempo
que é meu,
e que vou colorindo
misturando com os sentires
da paz feita silencio
que habita em mim…


Foto by - dobseh 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Mundo meu...



O tempo parou.
de repente
,
nos amanheceres silenciosos,
das noites estreladas.


Nos silêncios
que ficam
e que marcam o meu silencio.
As manhas emersas na neblina,
os passeios de bicicleta,
o sabor da terra,
o cheiro das aves e do sol,
que me penetra a alma


E eu fico,
tão bem,
ancorada na planície de mim
Quando tu chegas…

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Perfume...



Espalhas pela casa
as flores,
e o seu perfume
perdura
nas gotas frescas
de cada manhã,
quando os pardais
poisados nos beirados
vão embalando
os nossos sonhos
de criança,
perdidos
mas não esquecidos,
ás vezes encontrados
no perfume das flores
que ainda perdura
na memória
ternurenta
do amor...

Fotos - Daniela Romanesi

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mar inebriante...


Mar Inebriante

Que vais pintando
Para mim,
Bem no fundo de ti
As cores que me preenchem
Que me fazes esvaziar de mim
Para me sentir
Pedaço de onda
Na imensidão
De uma gota.

Vem!
Não tardes,
Desenha em mim
o crepúsculo,
E eu

Sozinha,
Deixo-me encantar
No silêncio recortado
De cada batida,
Suave harmonia
Que desliza por mim

E em mim
E perdura…


Foto - Craig.Taylor

 

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Regresso a casa...

Andei por outras galáxias,

Perdi-me noutros planetas
Cruzei mares ,
Continentes,
Espaços
E memórias.


Passaram-se tantos anos
Em busca
De algo
Que já nem sei o que é…
Mas,
finalmente regresso a casa,
E é bom deitar-me no jardim,
Sentir a terra fresca,
O cheiro de casa,
De mim,
Quando ainda era [quase] criança,

Voltei e não vou mais embora,
Aqui é o meu lugar,
No sossego do meu coração…


Foto - Desconheço Autor

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Promessas guardadas...



Promessas guardadas
Fechadas a cadeado,
Num tempo inacabado,
Onde a perfeição
Dos detalhes
Fazia toda a diferença.
Hoje,
Esse tempo,
Insiste em
Perdurar
Em ficar,
no limiar
Da minha alma,
De onde vejo
A porta trancada,
Desgastada pelo tempo,
Guardando para a eternidade
As promessas,
Que nunca hão-de cumprir-se,
Porque o tempo é efémero
E eu
Já parti…

Foto - Marco Soares

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Brincamos com o fogo...


Brincamos com o fogo
sim! É verdade,
e queimamo-nos.
Feridas,
dor,
lágrimas,
tudo isso
rasgamos no tempo,
em nós.

O fogo apagou-se,
e nós?
Feridos
pelo fogo
pelas palavras,
amor-ódio
que nos dilacerou
mais ainda que o fogo.
O fogo,
breve memoria atroz,
e nós?
Perdidos no tempo,
nos caminhos
que nos distanciaram
e que nem as palavras
poderão voltar a juntar...




sexta-feira, 6 de maio de 2011

Toca o telefone...




Toca o telefone
mas, eu já não te oiço
do outro lado
sussurrando de mansinho
fazendo de mim
imperadora
das tuas vontades
deusa
dos teus desejos
que morreram no ocaso
perdidos e
nunca encontrados

naufragados
numa praia deserta
onde tudo era ainda possível.

Mas quis o sol
a chuva e o vento
leva-los
para longe de nós
e nós
de telefone no ouvido
escutando outros sussurros
outros desejos...





Foto de: Redredhead



terça-feira, 19 de abril de 2011

Jasmim...


Ainda de lembras do cheiro do jasmim?

Daquele,
onde por debaixo dele
Sonhávamos?
O seu cheiro
Ainda perdura na minha pele.
Os sonhos ,
esses, levou-os os invernos
tempestuosos.


O velho jasmim
ainda floresce a cada Primavera.
Sento-me debaixo dele,
agora sozinha
e às vezes ainda sonho,
como se o tempo não tivesse passado
e tu ainda estivesses comigo
debaixo do velho jasmim
que se tornou eterno
em mim…


Foto - Desconheço Autor

terça-feira, 12 de abril de 2011

Frio na alma...


Vens e eu não estou,
mas,
deixo-me invadir
e começo a sentir
esse frio na alma...

Deixo cair
umas lágrimas
geladas,
que me magoam
e me sublimam
de mim para mim.

Fico quieta,
parada,
deixando-me gelar,
mas, será só
um momento
em que o frio me invade
e eu vou deixando...

Foto - Desconheço Autor

quinta-feira, 31 de março de 2011

Mulher...


Cristal pequenino,

frágil
que te partes
e repartes
e em ti permanece a força de ser
Mulher,
Mãe,
Esposa,
Trabalhadora…
e ainda
tens tempo
para sonhar,
para colorir o mundo
para o transformares
num jardim florido,

onde semeias sorrisos!
E esqueceste de ti…
tantas, tantas vezes
e continuas,
Sempre com a mesma força!
És silêncio,
Lágrima
Dor
e sorriso…
Mulher,
Cristal pequenino,
mas…
Rocha firme
Porto de abrigo
Casa, onde sempre há
Afecto para mais um,
e outro e outro…
Olhas o mundo
com os olhos da ternura
com os olhos de mulher…
Cristal pequenino,
Mas guerreira,
Lutadora…
E a tua luta não tem fim…
A tua arma…
O Amor,
e o teu coração não se cansa…
de amar
de ser …

MULHER!


Foto - Desconheço autor

quarta-feira, 23 de março de 2011

Calmaria...


Já não há senão
calmaria,
paz e serenidade,
perpetuada
nas águas quase quietas
daquele rio,
onde os pedaços de silêncio
caem sorrateiramente,
deslizam por entre a natureza,
e se fazem vida,
e luz
para mim.

Entram em mim
e aí permanecem,
transformando-me,
apaziguando-me,
enquanto eu,
serena,
vou passeando
em surdina
pela ponte,
para escutar e viver,
os pedaços da calmaria,
feita silêncio e paz...





Foto - Rosa Barriga

segunda-feira, 21 de março de 2011

Na areia...

Deixei de escrever
já não tenho papel
onde caibam as palavras.

Agora
escrevo na areia,
palavras,
sentimentos,
dores e
alegrias,
alinhadas ou
desalinhadas,
pouco importa,
escrevo-as, mas 
na areia
que o mar vem beijar
e levar
para longe
e um dia trazer para perto
ou não.

Palavras que se vão
e não voltam
e se voltarem
hão-de vir transformadas,
iluminadas
pelo meu mar de marfim,
de azuis etéreos
que me farão sonhar
e acreditar...



Foto - Vera

terça-feira, 15 de março de 2011

A leveza...


Adornaste os caminhos
para eu passar,
serpenteaste-os
com as cores do amor,
e da paz,
e eu
passei,
segura de mim
deixando-me inundar
por esse caminho
sentido em mim
a leveza
do amor e da paz
entrelaçados
nas pétalas
que perfumavam a minha'alma...





Foto - Desconheço Autor

segunda-feira, 14 de março de 2011

Imperadora...


Agora eu sou

imperadora
da minha vontade,
dos meus sentidos,
da minha liberdade.


Sou eu que dito as leis.
Sou eu,
porque sim,
porque quero!


Já não consegues tocar
a minha alma,
e ao meu coração
já lhe curei as feridas…

 
Continuas por aí,
a rondar os caminhos,
mas, agora
estão vedados.


Já não podes trepar os muros
do meu castelo,
a ponte levadiça
não mais se estende para ti.

Eu sou a imperadora,
do meu reino,
e não te quero
como vassalo…


Foto - Desconheço Autor

terça-feira, 8 de março de 2011

Passos...


Decidi um dia,
mudar os meus passos
passos diferentes,
por onde passasse,
deixaria 
um pouco de mim,
nem que para isso 
tivesse que dar
voltas 
e mais voltas...


Voltas de encontro,
e desencontro,
voltas 
sempre novas
nos novos passos
que ninguém entende.
Passos lentos e 
silenciosos,
que vão marcando 
o caminho,
outrora gasto
e agora novo...



Foto - Desconheço autor

segunda-feira, 7 de março de 2011

Sem máscara...




Não posso
colocar algo,
que deturpará
a visão,
que alterará
o sentido de mim,
do mais profundo de mim.


Não!
Recuso-me,
Não ponho a máscara,
jamais poderás ver-me
falseada,
sendo o que não sou.


Só poderás ver-me,
na simplicidade 
de mim,
naquilo
que sou
e que sinto em mim
e para além de mim
mas sempre,
sem máscara... 




Foto - Desconheço autor

sexta-feira, 4 de março de 2011

Branco...


Branco,
que te encostas a mim,
suavemente,
perfumas a minh'alma
e me apaziguas.


Branco,
que te pressinto
nos sentimentos puros
lavados e regados
pelo Branco




Branco,
que me falas,
de coração sossegado,
que perpétuas em mim
a doçura
das manhãs brancas,
orvalhadas
e cheias de beleza,
de Branco...


Foto de - Luís Cezar Salama

Abrigo...

Sempre haverá um abrigo,
não importa onde,
aí poderei repousar
a minh’alma.

Um abrigo,
De verdes campos,
de silêncios profundos,
de cascatas que fazem música.

Sempre haverá um abrigo,
para me acolher,
quando eu já não tiver forças
e quiser desistir, ou
para partilhar
a minha alegria,
quando eu, criança
saltar pelos campos
rolar pela erva,
e cantar
melodias de silêncio,
acompanhadas
pelo canto das aves,
que livres vão voando
nas manhãs
junto ao abrigo…


Foto de - José Silva Casal

quinta-feira, 3 de março de 2011

A criança...

A criança
ainda não partiu.
Ela continua a correr
nos corredores,
a pintar as paredes,
a rir e a chorar
com a mesma intensidade.

A criança veio
para ficar.
Agarra-se á vida
afincadamente,
teme
que não a queiram.

Por isso,
pela criança
que habita
o meu coração,
continuo
a rir e a chorar
corro e salto,
amuo
e fico feliz
quase ao mesmo tempo
e sinto
que o meu coração
é dessa criança,
que fui,
e que sou... 

quarta-feira, 2 de março de 2011

O lago...


O lago ainda existe,
fui espreita-lo
por entre a neblina
dos dias.

As árvores milenares
contavam-me 
os nossos segredos
agora envelhecidos,
esquecidos,
perdidos
no tempo.

E eu, 
por entre a neblina,
senti que o lago
era meu,
mas não os segredos,
que já esquecidos
me levaram para longe...

Foto - Desconheço autor

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Velho piano...

O velho piano
ainda toca,
consegues ouvi-lo?


Outrora tocava melodias
ininterruptas
de amor,
que nos faziam sonhar...


Depois o silêncio
foi a partitura
que preencheu
aquele velho piano,
abandonado,
esquecido...


Hoje
volta a tocar!
As partituras
são novas,
no velho piano...
como novos são
os sentimentos,
que se misturam
com as notas
feridas,
na balada
sempre nova
que componho
em cada dia...


Foto de  - Yein -

A ponte...



Sabias que eu voltaria
àquele lugar,
onde um dia deixei
um pedaço de mim...
Por isso
preparaste tudo,
pintaste a ponte
da cor dos meus sonhos
para que passasse,
mas, eu...
Não passei…
A ponte toca
as duas margens,
é uma passagem...
E eu não quero passar
não quero tocar
a outra margem
está escuro e frio...
Por isso permaneço em mim,
resgatei o meu pedaço
e parti...
Inundada de luz...


Foto de  - Yein

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Para mim...


Paraste o mundo
sossegaste-o,
para poderes pinta-lo
para mim...

Na natureza quieta
no quadro vivo
que desenhaste,
na balada
que compuseste...

Tu és um alquimista
e eu...
peregrina
dos teus caminhos,
sempre novos
e tranquilos,
ecos do silêncio
do teu e meu coração
que se perdeu no tempo
e que se hão-de encontrar
um dia
no silêncio...Dos corações...

Foto - António Soares

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Suave Paz...


Levaste-me
para as terras geladas
e eu fui,
levaste-me
e não me trouxeste,
por isso fiquei...

Ancorei a minha alma
nas pradarias do silêncio,
e o meu coração
nos sentimentos puros,
brancos e intactos
da neve...

Pura e branca,
suave paz
que me preenche
e embala
na balada
sempre nova
que passei a ouvir
em cada dia...
Quando o silêncio azul
se mistura com o branco
silencioso da neve...


Foto - yein

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mar...

Mar de sonhos,
de todas as ilusões,
tu...Forte
eu...Franca,
mas liberta...
Mar que me levaste
e nunca mais me trouxeste...

Mar que te escuto,
mar que me ouves,
mar onde me revejo
e te vejo...

Mar de marfim,
das noites longas,
em que fico a escutar-te
em surdina,
e em que apaziguas
a minh'alma
perdida e encontrada
entre uma vaga e outra...

Foto de  - António Soares
Obrigado António!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Caminho...

Restou o caminho,
restou o silêncio
que perdura nele,
restaram
os ecos silenciosos
de um caminho
feito pedaços
de ternura
envoltos em saudades...

Restou o caminho
prateado,
salpicado,
adornado
de silêncio...

Restou o caminho...
para eu passar,
para me iluminar,
me sossegar, e
para me conduzir
á luz!

Foto de Nuno Santos
Obrigado Nuno, está excelente!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A porta entreaberta...


A porta entreaberta,
no limiar do tempo,
que passou,
que levou e trouxe
que escureceu e
que brilhou...
Mas, a porta...
Ainda permanece
entreaberta...
Ninguém ousou fechar
e eu também não...

Lá dentro as memórias 
passadas,
esquecidas,
doridas, 
pelo tempo,
quase mortas,
mas não esquecidas...

A porta entreaberta
ficou,
qual memorial 
de sentimentos,
que o tempo escureceu,
desgastou,
cicatrizou,
mas não levou...

Foto de - Nuno Santos
Obrigado Nuno, pelo excelente trabalho.




quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Metade de mim...

Metade de mim
sou eu
e a outra não sei...

Metade de mim
é fogo
e a outra água,
é chão,
e terra,
caminhos por descobrir...
Metade de mim
é tristeza,
e a outra alegria sem fim.
Metade de mim
é chuva
e a outra o sol que renasce.
Metade de mim é revolta,
mas a outra é paz que fica...

Metade de mim já partiu
e a outra metade
procuro-a
nas sombras desgastadas,
das memórias perdidas...



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Equilibro-me...


Equilibro-me em mim
numa dança fugaz,
na natureza quieta
absorta,
na minha dança...

Desenho o horizonte
segundo a minha vontade,
calo os ruídos,
as vozes
e o mundo.
Desenho o sol, o mar,
o riso e a lágrima
mas em silêncio...
Silêncio tecido,
urdido lá longe...
no espaço singular
e silencioso
do meu coração...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

o tempo...


Louco o tempo
perdido na memória,
nas formas estranhas
de tudo equilibrar...

Mas,
já não há memórias,
por isso se perderam
as formas...
E agora
tudo é possível
de novo...
Mas de uma forma nova,
mil maneiras
de fazer as coisas
de novo,
sem repetir,
sem prever,
que o tempo
ai! o tempo
esse é sempre louco... 


Foto - Yein

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Caminhos de silêncio...

Longo o caminho,
longa a miragem,
longas as palavras
que agora vazias
perderam
o som
o sentido
o valor...

Longo o tempo
em que o eco das palavras
ainda se ouvia
atrás das montanhas,
num sussurrar enigmático
que acariciava os sentidos...

Hoje...
Longo o silêncio,
longo o caminho,
longa a serenidade
de uma quietude
que me apaziagua a alma,
e que fica
nos caminhos de SILÊNCIO...

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Parei o tempo...

Parei o tempo
nos intervalos sinuosos
da memória rasgada,
entrecortada
pelos segundos,
agora parados
de um tempo sem limites
porque já não há tempo...

Uma breve brisa
afaga a minha vontade
de viver
fora do tempo
no mundo etéro
pintado por mim
e para mim...

Não tenho pressa,
agora o mundo
anda devagarinho,
e eu,
comando os segundos,
agora parados
na vaga memória
de um momento...