Era noite... porque é na noite que tudo se cala, é na noite que me oiço em surdina sem tempo medido sem tempo esperado na noite tudo se cala brilham as estrelas que iluminam os pensamentos e reflectem os sentimentos é na noite que paro que fico quieta, prostrada por terra sentindo o cheiro das estrelas e escutando o som do silêncio...
Não me sinto só mas quero estar só, só, de mim para mim sem um rasto de som por perto que perturbe o deambular secreto da minha alma... que se entrelaça no silêncio, e do silencio faz o som que quero ouvir que quero escutar quando estou só mas não sozinha...
Quantos caminhos gelados, caminhos vazios, onde a vida morre lentamente sem tempo sem vida na vida que se desprende e ainda assim permanece a esperança na vida sufocada escondida nos lamentos gélidos dos percursos nocturnos até que chegue o dia...
Na natureza que me liberta que me leva para além do horizonte... Entrego-me sem reservas a toda esta beleza que alguem desenhou para mim e não me canso de me perder sem querer jamais encontrar-me... E...sozinha encho-me da vida dos odores frescos do deambular dos pardais e deixo-me ir...