terça-feira, 26 de junho de 2007

Encontrar-me

Perco-me no mundo
Para a seguir me encontrar
Voltar
A ser
Emergir de mim própria
Quedo-me no silêncio,
Perco a noção do tempo
Que fiz e desfiz
Como um tapete
Que vou tecendo
Com as cores
Do meu ser
Um dia azul
Outro negro carregado
E faço e desfaço
Um dia coloco pérolas
No outro destroços
Perco e encontro-me
Esvazio e encho-me
De mim,
De mim...
Porque tudo começa
E se prolonga no dedilhar
Silencioso
Da penumbra de nós
Quando caí o véu
E vemos claramente
Onde estamos,
quem somos
E porquê...

8 comentários:

Alexandre disse...

Perder-me e encontrar-me: a dicotomia da Vida! E depois há a intuição, pois quando o teu comentário assentou no meu blog eu estava de clic em punho para dar mais uma espreitadela no teu blog para ver (como faço muitas vezes) quando te encontrarias...

Regresso excelente! Cheio de palavras encontradas nos caminhos e nas bermas das estradas onde nos movemos! Reencontrarmo-nos connosco próprios é um dos aspectos mais sublimes desta existência estranha que levamos!

Beijinhos!!! Muitos!!!

Marta Vinhais disse...

Que lindo - perder, encontrar e finalmente ter um sorriso...e ser capaz de dar um em resposta.
Obrigada pela visita ao Marcos e Eu - espero voltar a ver-te lá.
Até já
Beijos e abraços
Marta

Nilson Barcelli disse...

EScreves tão bem que já deves ter livros publicados.
Ler-te também é perder a noção do tempo.
Beijinhos.

Alexandre disse...

... a música está fantástica! Voltei aqui para a ouvir... dá serenidade...

Andreia disse...

Olá!

É a primeira vez que venho aqui, há poemas e imagens bonitas=)

p.s. obrigada pela visita!

pe.cl disse...

É preciso perdermo-nos para de seguida nos encontrarmos, que no intervalo advenha o recolhimento necessário para prosseguir o caminho.

Beijinhos.

Felipe Fanuel disse...

Cada dia me convenço de que a poesia é tudo o que a gente nunca vai ser, mas é, ao mesmo tempo, tudo o que a gente quer ser. Estranho, mas homens e mulheres precisamos viver poetizando a vida, porque a vida como ela é mesmo é sem graça. Não fosse a poesia, o viver não passaria de um nascer-morrer.

Tuas palavras revelam o quão longe da poesia estamos. Perder e se encontrar são sinônimos neste movimento criativo da existência. Não adianta querer ser isso ou aquilo, pois o importante é visualizar o ideal de uma vida perfeita, prenunciado por esta poesia, que, embora intitulada "Encontro-me", mostra que o encontro está em se perder no mundo. Quando a gente se perde, enfim, a gente se encontra.

Coisa linda isso!

Poema para ler e reler várias vezes, como estou fazendo agora. Eis o ideal de vida, impossível de ser vivido, mas possível de ser sonhado.

leonardo disse...

Não queria isso
Nem aquilo
Raro ser o que quero

Quero é ser feliz
É ser amado
Ser elogiado
Criticado
Talvez

Não queria isso
Não queria aquilo
Raro ser o que quero

Quero subir ao pico
Ter tudo ao meus pés
Sumir, viver, correr,latir
Fico silencioso
Mais,
E mais...
Me acho,
Esqueço....
Não sei

“Deixe me ir
Preciso andar
Vou pro ai a procurar
Rir pra não chorar”

Voltar tudo
Ao inicio
Tentar acertar
Ou finalizar

Prefiro não ter
Do que magoar
Quero chorar
Gritar
Sorrir sozinho
No breu do meu eu

Quero ir.
No caminho voltar
Vagar até onde não sei

P.S.: não precisa ser postado só quero escutar - leordsilva@hotmail.com