quarta-feira, 16 de abril de 2008

O Mar...


Hoje um mar diferente
Um mar em fúria
Avassalador
Fico olhando-o
Mas, hoje não me apazigua,
a minha tristeza vai sulcando
erodido em mim
A solidão

E eu...
Amortecida
Percorro a distância
Que vai do
céu
Que já não é azul
Ao farol
Que o mar hoje não quer ver...

E eu...
No imenso distanciamento
Que sinto entre mim e o meu mar
Deixo-me trespassar
pela fusão
Da sua fúria em mim..
Mas avanço
Hoje sou eu
Que vou acalmar o meu mar,
E vou comungar da sua dor,
Até que a tempestade se vá...

4 comentários:

Paulo disse...

"Até que a tempestade se vá... "

Há, em cada palavra, «laivos de loucura»...essa loucura trazida sempre pelos poetas e afins...
Os poemas têm sempre lá dentro pessoas inteiras, emoções, desassossegos, algemas e sonhos.
Os poemas, por vezes, são «gritos» cujos ecos não têm morada certa nos jardins do quotidiano real. Outras vezes, os poemas trazem-nos recordações interiores de um "ontem" que era suposto estar desvanecido. É, num certo paradoxo que, então, somos embalados pela grandeza dos poetas...

Beijo
Paulo

Eremit@ disse...

e este foi o teu belo contributo ao 1º Jogo das 12 Palavras lá no Eremitério.
Fraterno abraço

Unknown disse...

Dair, estou sem palavras porque o vocabulário não é suficiente para exprimir o que senti ao ler os teus poemas. Definitivamente aguardasse livro:)

Bj (fan nº1)

Anônimo disse...

No oceano da vida nascem tempestades...
Ventos violentos, ceús cinzentos e por momentos...
A dor invade-nos, marcando pela dor a falta do calor daquele amor...